Personalidade do mês: Victorino Carriço

O poeta não se deixa esquecer

Após anos, Victorino Carriço se  faz lembrar através de suas obras

Por Natália Brito

Victorino Carriço, personalidade forte, compositor, poeta de alma esparsa, um artista nato. Um homem simples e honesto que fez da sua vida uma arte e poesia. Compositor, como preferia ser chamado, era visto por “figurão”, uma vez que seus amigos o tratavam como uma pessoa de presença marcante. Nasceu em 29 de julho de 1912 no Baixo Grande (São Pedro da Aldeia), filho de um cantor de trovas e modinhas de festas populares. Logo, se mudou para Arraial do Cabo onde criou raízes.

Fonte: Internet

Victorino foi o primeiro gerente de Banco em Arraial do Cabo e sub-delegado, em 1972 foi o vereador mais votado de Cabo Frio e presidente da Câmara. Mas Victorino Carriço não fez essa opção promissora que qualquer outra pessoa faria. Ele foi diferente. Deixou tudo isso de lado e logo fez notar o seu apresso pela arte, compôs 14 hinos, entre eles os de Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Baixo Grande, Arraial do Cabo, Álcalis e do Colégio Sagrado Coração de Jesus, além de três livros “Mar e Amar”, “Vidas Mortas” e “Se Voltares”. Pertenceu a 34 associações culturais, com algumas até no exterior, como Itália, Argentina, Uruguai, França, Espanha, República Dominicana e México.

Fonte: Internet

“Meu pai foi um

homem que amou

intensamente”.

Além da veia artística, ele também tinha grande apresso pela paixão nacional, o Futebol. Jogou no União Futebol Clube, fundou o Brasil Esporte Clube, foi técnico tri-campeão do Estado Novo F.B. Clube, diretor do Cabofriense, árbitro de futebol, presidente do Tupy Esporte Clube.

O poeta faleceu em 20 de maio de 2003, mas seu legado continua. Arraial do Cabo, rica de história e tradições, onde existem poucos espaços públicos culturais, ganhou um espaço cultural “A Casa da Poesia”, onde funciona um café literário.

Sua filha Ercília Carriço conta que a paixão do pai pela arte começou desde cedo, pois quando ele tinha 14 anos fez o hino do Sagrado Coração de Jesus.Daí em diante não parou mais “Com 14 anos, hein!”, diz ela com orgulho.

Fonte: Arquivo pessoal de Leonora Carriço

Segundo ela, o poeta se considerava cabista, ele gostava muito de Arraial, até porque, escolheu essa cidade pra viver no ano de 1943.  Acredita que ele tenha uma importância cultural muito grande no município, pois Victorino valorizou a cultura daqui, com suas músicas, composições, poemas e poesias.

Perguntamos ainda pra Ercília o que ele deixou para a comunidade cabista. Sem muito esforço, ela disse: “Amor à terra, dignidade, muito amor, um exemplo de muito amor. Meu pai foi um homem que amou intensamente. E acredito que ele é lembrado com muito orgulho pela população cabista”.